terça-feira, 22 de novembro de 2011

NA CONTRAMÃO DOS DISCURSOS...

NA CONTRAMÃO DOS DISCURSOS... resposta à um vídeo manipulado e manipulador que me deparei pelo facebook... um tal vídeo contra a iniciativa dos "globais", a associando aos "interesses externos". 

Sem entrar no mérito do vídeo dos "globais", me deparei com um OUTRO vídeo que estão postando contra a iniciativa do movimento gota d' água. Esse outro vídeo o qual me refiro (uma montagem de reportagens falando sobre a Amazônia, com trechos do vídeo dos globais no meio), ele é infinitamente mais tendencioso e ainda, reacionário. Trata-se do mesmo discurso dos ruralistas que defendem os retrocessos no tal 'novo' Código Florestal, esses mesmos ruralistas defendem interesse nacional (no discurso contra ONGs), vocês acham mesmo? Quem desmata para o "crescimento econômico" desenfreado do país, crescimento que não traz desenvolvimento, nem inclusão social, esse mesmo crescimento ufanista do país, representa também interesses individuais, e por que não, "globais". Claro, estamos na era da globalização. Vocês acham que quem afinal financia o enriquecimento dos ruralistas, quais multinacionais estão envolvidas?? Só que eles esquecem desse detalhe e se acham competentes para discursarem em prol do tal "interesse nacional"..aiai.. Quem assina esse vídeo, por favor??? Quem organizou essa montagem medíocre que desinforma ainda mais?? Será por que nem mostram a cara?? Principalmente desinformar os brasileiros que não conhecem o Brasil e que compram qualquer discurso ufanista (como aquele da época da ditadura mesmo), e que é contra os avanços da política indigenista com autonomia política, contra as lutas dos povos indígenas, contra as declarações de direitos humanos que o próprio país assina e convenções de proteção ao direito indígena que o Brasil já ratificou. Uma informação básica, o vídeo passa imagens do Alto Rio Negro (região, onde eu, a mineirinha aqui que curte muito Ibitipoca, assim como vcs, só que resolveu ir um pouquinho mais longe, trabalha), vocês sabiam que lá, onde há uma diversidade cultural e linguística enorme, com 23 etnias, região que abriga uma enorme biodiversidade e áreas florestais, protegidas por terras indígenas. A região onde a terra indígena foi demarcada em área contínua?? e qual o problema nisso?? ameaça à soberania nacional?? vocês acreditam?? ah tah, então vou pedir vocês para consultarem a Constituição federal, vocês acham mesmo que estrangeiros (como aquele grupo de canadenses que estavam no aeroporto de São gabriel da cachoeira - a mesma cidade da minha foto do perfil aí) vão comprar terras na Amazônia?? e vocês, ao mesmo tempo, são contra o direito à terra indígena??).. então, vá lá na Constituição, no art.231 que vocês verão que a terra indígena é de propriedade da União (os povos indígenas possuem o usufruto exclusivo e a posse permanente). Então, vocês acham mesmo que os índios com ipod e que falam inglês vão entregar suas riquezas para a América do Norte?? Talvez esse discurso faria mais sentido se estivéssemos em plena guerra fria. Você que estudou inglês e fala fluentemente, faz isso para entregar as riquezas do seu país para o estrangeiro?? ou para se comunicar com o mundo, mostrando suas raízes, sua identidade cultural e quem você realmente é? Acha mesmo que um indígena por dominar recursos tecnológicos, deixa de ser índio?? E se usar um notebook e internet para fazer um blog da sua própria 'ong' (aquela mesma que é computada nos números exibidos no vídeo), como fortalecimento político (sabia que a Constituição também reconhece à organização dos povos indígenas?), enquanto isso, as organizações de base são consideradas ameaça à soberania (emancipação dos grupos excluídos e invisíveis pela sociedade sempre foi considerado ameaça neh..), e quando se articulam em algo chamado "cooperação internacional", e quando passam a fazer projetos e receber recursos da mesma fonte que o próprio governo brasileiro também se alimenta. Ah tah, mas uma organização indígena que se fortalece na identidade étnica e cultural e utiliza recursos tecnológicos como um GPS e outros instrumentos para controlar sua terra e para fiscalizar e denunciar desmatamento e invasões, ou para medir o carbono florestal, fazendo alometria e inventário da floresta, para mostrar para o próprio país que vale mais a floresta em pé do que derrubada, no controle das emissões de carbono, e que isso sim, pode gerar fortuna pro país, além da própria biodiversidade existente na Amazônia, isso "não é interesse nacional"... ah, importante lembrar que há setores da sociedade brasileira que temem esse avanço do Brasil se tornar exportador de sustentabilidade... enfim, sempre é bom refletir sobre a origem dos discursos.. até+! 
Liana Amin Lima da Silva.

sábado, 19 de novembro de 2011

UHE Belo Monte e violações de direitos humanos

Além dos impactos ambientais, Belo Monte representa violações de direitos humanos. O momento é de unir as forças, p/ termos esperança om o fortalecimento de um contra-movimento aos retrocessos ambientais, até mesmo em razão da Rio+20 que se aproxima... Belo Monte envolve conflitos sociais gritantes e a sociedade mal sabe o que acontece realmente la, conversando com uma jovem indígena "refugiada" em Manaus, em virtude de tantas ameaças de morte,é mto triste, parece que estamos vivendo como no período da ditadura mesmo,milhares de pessoas sendo perseguidas e "caladas", enquanto boa parte da sociedade brasileira acha que nada (ou pouco) está acontecendo...não podemos ignorar a luta do movimento social, com um olhar apenas para os impactos ambientais, as coisas andam juntas. E o fortalecimento de uma luta de mais de 20 anos, que é invisível para muitos, leva ao fortalecimento de outras lutas. Simplificar os impactos socioambientais na ideia de que compensa investir em UHE (e isso para o Brasil que está distante da realidade amazônica é fácil) revela o argumento da ideia reacionária de crescimento econômico, interesse público, soberania, etc, passando por cima das pessoas e dos grupos sociais e étnicos diretamente afetados. A proteção e conservação da sócio e biodiversidade amazônica é um interesse comum de todos brasileiros (como patrimônio cultural e ambiental da humanidade inclusive), e não podemos permitir que se prevaleça a violação do direito à vida e à dignidade de coletividades diretamente afetadas. Enfim, não dá também para reduzir a questão somente com a "ambientalização" dos discursos, sem considerar os conflitos sociais que estão em jogo. Ao mesmo tempo, o mesmo movimento (gota d' água) que se forma contra Belo Monte, é também um movimento que pode e deve se articular contra o Código Florestal.. A questão é conseguirmos jogar luz simultaneamente para todas as discussões, para que uma não desvie a atenção de outra(s) e para que o código florestal não seja aprovado "no escuro", sem a participação e manifestação direta da sociedade, de forma a dar voz a todos os movimentos e atores sociais afetados e invisíveis pela mídia.
LIANA AMIN LIMA DA SILVA

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

E agora, Visconde do Rio Branco?? Cadê nossas árvores?



Fotos: Projeto Música Verde, nov 2010


foto: nov. 2010


E agora, Visconde do Rio Branco?? Cadê nossas árvores?

foto: nov 2011


...Isso o que tem sido feito com a esperança de nossas crianças em viver em cidades melhores... 








Precisamos convocar os cidadãos riobranquenses para refletir e questionar sobre tamanha violação e desrespeito que representa a retirada das árvores na Rua Carlos Soares. 
Uma atitude que representa uma violência real e simbólica, visto que a iniciativa e esforço para realizar a arborização da rua tinha sido da sociedade civil. 
Podemos verificar no blog <http://projetomusicaverde.blogspot.com/> todo o envolvimento da coletividade em prol de um projeto de educação ambiental, que se concretizou num esforço (tempo, trabalho e dinheiro) e dedicação conjunta dos professores e alunos do Conservatório para realizarem o plantio das mudas, ato esse de cidadania voluntária, que passou por todo trâmite burocrático e foi devidamente autorizado pelos órgãos competentes.
E agora, VRB?? Cadê nossas árvores?
É nosso direito que haja os devidos esclarecimentos de tamanha atitude arbitrária. 
Semanas atrás,  cogitaram ser vandalismo, pois utilizaram a calada da noite para retirarem as árvores, destruindo as proteções. Todavia, o que nos espanta é a agilidade do Poder Público Municipal em tapar os buracos do ato criminoso. 
Não devemos ser imediatistas e ficarmos em nossas condições confortáveis... A importância da arborização urbana não pode ser subestimada, além de almejarmos uma cidade mais bonita, a arborização favorece termos uma sensação térmica mais agradável, nesses tempos de aquecimento global. O futuro de nossa cidade depende de nossos atos de hoje! A questão ambiental é uma questão de qualidade de vida e bem-estar de nossa cidade, é interesse de todos!! 

Liana Amin Lima da Silva 

terça-feira, 15 de novembro de 2011

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

SUS e Tratamento Oncológico

Havia deixado este post no facebook, não vou abandonar meu blog, e vou deixar o registro desse meu depoimento por aqui também... 


No caso de tratamento de câncer, em São Paulo, pude ver com meus próprios olhos o digno e amplo acesso a tratamento de melhor (e mesma) qualidade sem discriminação de classe social. Os hospitais públicos (em São Paulo) são referências e recebem pessoas de todas regiões do Brasil para o tratamento, com assistência psicológica e social (e até auxílio moradia para os que não têm condições). 


Sei que o ideal é que esse tratamento de alto nível estivesse espalhado por todas capitais, não somente concentrado em SP, mas daí depende muito dos governos estaduais e investimento não só em saúde, mas também em tecnologia e educação (os grande hospitais têm convênios com as universidades públicas). E uma outra possibilidade para se ter eficiência e recursos de alta tecnologia é, a exemplo do GRAAC/IOP/Unifesp (e atendimento amplo e gratuito, pelo SUS), a colaboração de parceiros privados (por meio de doações) à instituição. Sobre a questão em relação ao Sírio Libanês,respondo com o exemplo do caso que pude vivenciar, tivemos acesso às sessões de radioterapia no Hospital Albert Einstein, pelo SUS. Um hospital particular pode e deve reservar vagas para "desafogar"o SUS, sabia?!


 Mas aposto que se o Lula estivesse fazendo o tratamento pelo SUS, muitos iriam criticar que estaria utilizando uma vaga direcionada a quem não tem condições (respeitando-se o velho princípio aristotélico da isonomia)... enfim, são só algumas considerações, respeito o posicionamento dos críticos ao SUS, até porque RECONHEÇO PLENAMENTE AS GRANDES FALHAS DO SISTEMA. Todavia, para os que criticam especificamente em relação ao tratamento oncológico, é porque desconhecem como estamos evoluídos (no tratamento público) nessa área! Lembrando que, quando precisarmos desses tratamentos complexos e super caros, em geral, não podemos contar com os planos de saúde convencionais e será o SUS que poderá te salvar ou a algum membro de sua família (já pensou nos países, como EUA, que não há SUS?). 


Ah, outra coisa, a única diferença é que nos hospitais públicos não te darão tratamento de hotel 05 estrelas, e você receberá as sessões de quimio compartilhando espaço com outras pessoas que recebem o mesmo tratamento, o que não vejo problema algum, isso nos ensina a ser menos individualistas e mesquinhos e poder enxergar sua dor, na dor do outro, que está ali ao seu lado. Mas no caso de um (ex) Presidente da República (ou q/q pessoa que seja uma "celebridade" no país) isso não daria muito certo... rs


 Bjs e Até +! Liana Amin Lima.