quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Reflexões Manauaras


Ao ler a notícia postada abaixo (STJ), me lembrei da aula do nosso querido professor Ozório Fonseca, disciplina "Pensando a Amazônia", ao nos fazer refletir sobre as ilegalidades, imoralidades e afronta ao Meio Ambiente e ao direito paisagístico da coletividade ao nos mostrar uma foto de um pôr do sol no Rio Negro, em determinada data do ano, podendo ser visto apenas pelos frequentadores do Hotel Tropical... O que vejo em Manaus é, entre os trechos públicos, muralhas privadas  consumindo  às margens do rio.

Me remete também às reflexões de Guilherme Wisnik, na Folha de São Paulo (Coluna: Crítica/ “Cidade de Quartzo”. Folha de São Paulo, 03 de outubro de 2009. ILUSTRADA E5.), onde comenta sobre a obra de Mike Davis, obra que vê a utopia e a distopia do capitalismo em Los Angeles. E dos comentários de Wisnik, transcrevo um trecho:  “Como mostra Davis, a crescente paranóia da segurança urbana alimentou, ali, uma destruição programada dos seus espaços públicos, fazendo coincidir a ascensão dos serviços de segurança privada com a privatização de ruas, praças, parques e praias, e a demolição de equipamentos públicos básicos, como banheiros. O que fez com que a cidade fosse se caracterizando progressivamente como um conjunto esparso de fortalezas vigiadas, separadas por uma massa urbana amorfa que se estende infinitamente pelo território, consumindo-o. Paradoxalmente, a cidade que se afirmou como o sonho da mobilidade individual (a realização espacial da livre iniciativa) vive hoje o pesadelo do encarceramento do coletivo. E, o que é pior, espalhando o seu modelo pelo mundo.”

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